domingo, 20 de maio de 2012

Salvador, segundo J. Amado

Em 1944, Jorge Amado lançou “Bahia de Todos os Santos”, uma obra em que rende homenagens à capital baiana ao descrever com detalhes cada uma de suas grandes atrações. Como diz o próprio escritor, trata-se de “um guia das ruas e dos mistérios da cidade do Salvador”. Eis alguns pontos:

LARGO DA SÉ – “A Rua da Misericórdia desemboca no Largo da Sé. No outro extremo do Largo começa o Terreiro de Jesus, com suas igrejas e com a Faculdade de Medicina (no mesmo lugar onde ficava o Colégio dos Jesuítas nos tempos coloniais). No largo da Sé misturam-se sobrados antigos com edifícios novos. Lá se encontram o prédio da Circular, o Cinema Excelsior e o Palácio Episcopal”.

BAIXA DOS SAPATEIROS – “O nome verdadeiro desta rua é José Joaquim Seabra, em honra do político baiano que foi governador do Estado, senador, deputado, ministro, governo e oposição, tribuno, professor e jornalista. (...). Pois bem: ainda assim não há quem se refira à Rua José Joaquim Seabra. É a Baixa dos Sapateiros, a Baixinha como o povo a trata com familiaridade”.

CORREDOR DA VITÓRIA – “O Corredor da Vitória, artéria larga e arborizada, parte do Campo Grande e foi moradia de nobres. Ali ressoavam nomes pomposos, títulos monárquicos, vários de seus moradores viviam na saudade dos tempos de Pedro II e dos escravos, das aias negras para catar cafuné e para levar cocorotes”.

CAIS – “As velas dos saveiros cortam a Baía de Todos os Santos, vêm do Mar Grande, de Maragogipe, de Cachoeira e São Félix. No cais Cairu, em frente ao Mercado eles descansam. Ali arriam as velas, ficam balançando tranqüilamente sobre as águas”.

PELOURINHO – “O coração da vida popular baiana situa-se na parte mais velha da cidade, a mais poderosa e fascinante. Refiro-me às praças e ruas que vão do Terreiro de Jesus, contendo suas igrejas – são cinco, cada qual mais suntuosa, e entre elas estão a Catedral, a Igreja de São Francisco, e a Ordem Terceira com sua fachada esculpida – descem pelo Pelourinho, sobem pelo Paço e pelo Carmo, desembocam em Santo Antônio, junto à Cruz do Pascoal, ou nas imediações da cidade-baixa, ao lado do velho Elevador do Tabuão”.

IGREJAS – “A Bahia orgulha-se das suas igrejas católicas, suntuosas, monumentos arquitetônicos realmente admiráveis, algumas muito belas, outras muito ricas, várias marcadas por especial devoção popular. Diz a lenda que a cidade do Salvador conta com 365 igrejas, uma para cada dia do ano. Dizem os amigos dos números exatos que entre igrejas e capelas elas somam 76. Pouco importa”.

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